Precisava de comprar uns componentes electrónicos simples e, como de costume, dirigi-me ao centro comercial das Palmeiras, onde existia uma loja desses artigos. Voltei com o rabo entre as penas....a loja tinha fechado! Pois claro...mas quem é que se lembra de abrir uma loja de componentes electrónicos num país de atrasados mentais como este? Ainda se fosse uma taberna de vinho ordinário ou um bordel de “mininas brasileiras”, vá que não vá....Mas componentes electrónicos, valha-me Deus!
Receio já ter escrito sobre isto, mas arrisco repetir-me:
A certa altura da minha vida eu e um colega pensámos em abrir uma empresa de moldes, tendo como sócio um fabricante alemão de ferramentas para esse fim. A nossa ideia era produzir para o sempre parco mercado nacional e principalmente para a exportação. Todas as condições estavam reunidas menos uma: o capital que cada um de nós teria de investir e não tinha.
Contactámos um banco com o qual mantínhamos relações, expusemos a ideia, dissemos quanto precisávamos e depois, em data combinada fomos almoçar com o gerente do banco para saber como era ( Não estranhem ...só se sabe como é nos almoços...). Quando o prestimoso gerente nos disse qual o juro que teríamos que pagar pela quantia emprestada, vimos logo a impossibilidade de montar a nossa empresa. Nessa altura, uma vez tudo perdido por aquele lado, o meu colega disse ao gerente:
“O sr. não percebeu bem... nós queremos montar uma unidade fabril e, pelo juro que o nos pede, mesmo não sendo perito nisso, só vejo dois negócios que dêm suficientes lucros para pagar essa exorbitância: ou o tráfico de droga ou um negócio de prostituição, mas não é isso que nós queremos”.
Claro que a conversa morreu aí. O sistema bancário, todos sabemos, não É MAIS DO QUE UM NEGÓCIO DE AGIOTAGEM LEGAL. Que o digam as desgraçadas das famílias portuguesas que quase que são obrigadas a comer apenas pão com pão, para pagarem as incríveis prestações da compra do desqualificado telhado que as abriga....No sistema económico português há uma inqualificável distorção que consiste em transformar dinheiro em mais dinheiro, sem passar por qualquer fase intermédia criativa como produção de bens que possam ser vendidos em qualquer mercado. Aparentemente e recentemente, parece que há gente que percebeu isso....... Vamos ver onde isto vai parar.
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