Domingo, 2 de Agosto de 2009
Há muito que não ponho aqui as minhas tristes lucubrações……e isso significa uma coisa: EU NÂO TENHO TIDO PACIÊNCIA NEM PARA MIM PRÓPRIO! Relendo a frase que escrevi acho que esta tem uma evidência estúpida, porque, saudavelmente, os seres para os quais devemos ter menos paciência somos nós próprios.
No depressivo panorama noticiário dos media destacam-se algumas boas noticias: alguns países europeus, por exemplo a Espanha, mas não só, decidiram-se a finalmente legalizarem o suicídio assistido… É um grande progresso moral e civilizacional, pois isso corresponde a desistirem da obrigatoriedade do sofrimento inútil imposto aos seus cidadãos. ALELUIA!
Mas, entrando bem nas noticias verifica-se uma grave lacuna: um individuo qualquer, não pode requerer esse “ serviço”…… Tem que estar em estado terminal, ou reduzido a uma vida vegetativa para tal benesse lhe ser concedida. Aqueles que, como eu, ainda estão por enquanto num estado de saúde física aparente “razoável” terão de recorrer aos velhos sistemas da bala na cabeça, pendurarmo-nos no candeeiro ou dar o grande salto da falésia……. O mundo continua a ser injusto…. Os mandatários da vontade popular….(KKKK!) continuam a fazer leis lamentavelmente discriminatórias dos indivíduos com algum grau de lucidez. Seria muito mais fácil obtermos de um médico, após requisição escrita, uma receita adequada para voltarmos ao pó sem sofrimento….Mas não….. Somos obrigados a viver mergulhados nesta piscina planetária de merda política, social, moral, física e sei lá mais o quê, sem conseguirmos manter a cabeça sempre de fora e engolindo alguns pedaços desta trampa complexa de vez em quando……Respondem-me: Mas o que é que o impede de se pendurar no candeeiro ou saltar para o abismo? Têm razão! A resposta é: Tenho medo! Uma coisa é ir para um hospital, ver chegar a enfermeira que nos diz: “está na hora do seu comprimidinho senhor engenheiro”, tomá-lo e acordar na eternidade, outra é um acto físico violento em que somos protagonistas e vitimas……Renunciar á vida , pode ser um alívio sem dúvida, mas isso não quer dizer que , ao fazê-lo, não estejamos a contrariar os nossos instintos mais profundos e primários……Por isso uma ajuda era bem vinda!
De
b a 12 de Agosto de 2009
Medo todos temos do que sabemos.
Imagine do que não sabemos - o que acontece, se acontece algo pós morte.
Viver é desafio e só criamos algo se desafiados.
Será que há outro tipo de desafio no esgarçar o corpo coberto de vermes ou em adaptar-se a algum tipo de céu ou de inferno...
Dante.
Em qualquer dimensão vivenciamos ceús e infernos.
Mas não precisamos antever, anteceder a hora derradeira, não somos donos do relógio.
Obrigada.
De
jonal a 13 de Agosto de 2009
Imagino um mundo futuro , em que cada qual, abandonará esta vida quando quiser e com toda a dignidade. Nós somos indivíduos dotados de raciocínio e livre arbítrio , distinguimo-nos dos outros animais pela capacidade de pensar e de escolher... Provavelmente , esse mundo que imagino ainda está muito longe , mas se você se detiver nos princípios éticos da alta idade média , ou mesmo da renascença vê bem o que já andámos em 500 anos e, por extrapolação e considerando que as mudanças estão cada vez mais rápidas não sei bem o que será o "novo admirável mundo novo"......Obrigado pela sua presença e um abraço!
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